Putos da Banda

O SÍTIO da música ao vivo da Capital. Agenda Cultural. Roteiros noctívagos. Reportagens de concertos. Sugestões diárias de postos de escuta em Lx. Bares, clubes e cabarets com boa música. Puxem uma cadeira e deixem-se estar, bebem alguma coisa?

sexta-feira, setembro 30, 2005

Uma Noite Com Ella

Quando você não tem amor, pede ao outro que lhe dê, você é um pedinte. E o outro pede-lhe a si que lho dê. Ora, dois pedintes que estendem as mãos um para o outro, e ambos com esperança de que o outro tenha...
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Naturalmente que ambos acabam por se sentir derrotados, e ambos se sentem defraudados.
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Como pode uma necessidade ser amor?
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O amor é um luxo. É abundância. É ter tanta vida que você não sabe o que fazer com ela, por isso tem de a partilhar. É ter tantas canções no seu coração que você tem de as cantar - que alguém as oiça não é relevante.
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in Osho, Maturidade - a importância de ser autêntico
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Faz amanhã uma semana, passei Uma Noite Com Ella. E a sua voz de anjo ainda me transporta para esse mundo de Amor que é tão inspirador quanto mágico.
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Ao som de Angel Eyes, Caro Mio Ben, Undecided, Can't We Be Friends?, Bewhitched, Bothered and Bewildered, Air Mail Special, Summer Time, Lush Life, These Foolish Things, A Little Bit Later On, It Don't Mean A Thing, You're An Old Smothie e Get Happy, mergulhamos n' um tributo à vida e música de Ella Fitzgerald que vive neste espectáculo através da relação directa entre determinados momentos da sua vida e momentos chave da vida do próprio coreógrafo. Ella começa por ser a inspiração do coreógrafo, passando a ser a própria respiração do bailarino.
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It makes no difference if it's sweet or hot
Just give that rhythm everything you got
It don't mean a thing, if it ain't got that swing
(duwop duwop duwop duwop duwoooooop)
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in Don't Mean A Thing, Ella Fitzgerald

terça-feira, setembro 20, 2005

Interlúdio com Estipação

Está prometido aos putos da banda o dito do post sobre a actuação de Jim Dungo da quarta-feira passada. Explicação: primeiro deixei-me ir no lento e fiquei sem tempo, agora com a constipação foi-se -me a inspiração. Proposta: que tal mais uma quarta feira de Jim Dungo e faço assim um dois em um, dá?

Posto de Escuta


Um álbum de colecção, para ouvir alto e deixar o som vaguear por todas as divisões da casa.

sábado, setembro 10, 2005

Gonçalo Pereira: A Arte de Bem Tricotar

Lisboa (minha casa), 8 de Setembro de 2005


Digníssimos leitores,

Fiel aos propósitos dos Putos da Banda, tenho, mais uma vez, o prazer em compartilhar convosco o previlégio que tenho tido ao presenciar alguns momentos hilariantes de boa música (muito boa mesmo!) nesta maravilhosa cidade de Olisipo (desculpem-me...Lisboa).

Na ementa de hoje consta um apetitoso lanche de fim de tarde, ou um robusto e refinado aperitivo para o jantar: rock/jazz fusion instrumental.


Assim, venho por este meio apresentar-vos um jovem/senhor músico de nome Gonçalo Pereira, guitarrista, compositor e produtor, por ocasião do lançamento do seu DVD "Another Day in Another World" (o primeiro).

Para os mais distraídos no que respeita ao panorama musical português, é de salientar logo à partida o projecto que o notabilizou, de alguns anos para cá: Paulo Gonzo.

Gonçalo Pereira integrou a banda deste conhecido cantor, participando na gravação, composição e arranjos dos álbuns "Quase Tudo" e "Suspeito".


Mas este exímio guitarrista tem muito para mostrar...muito mesmo!!

Meus amigos, sem mais demoras, vou directo ao assunto:

o Gonçalo Pereira é considerado melhor guitarrista português.
(assim mesmo, com ponto final.)

Não...não sou apenas eu que tenho a ousadia de escrever esta afirmação! Se incluirmos o Nuno Bettencourt (dos extintos Extreme) podemos arredondar para "melhor guitarrista em Portugal"...andará muito perto disso...
No entanto, se quiserem confirmar esta espécie de dogma entre os guitarristas da nossa praça, aconselho-os a saborearem os sons mágicos e cósmicos que saem da sua guitarra...uma boa forma de começar será clicarem www.goncalopereira.pt e melhor ainda é vê-lo ao vivo

De facto, o Gonçalo, cujo nome de guerra é "Tricot" (devido às suas malhas na guitarra), é um dos mais virtuosos guitarristas que surgiu nesta ocidental praia lusitana, dono de uma técnica superior apuradíssima e, com o passar dos anos, de uma musicalidade verdadeiramente eclética e inovadora.

De realçar que o seu nível excepcional e o seu virtuosismo fazem furor por esse (meio) mundo fora. As suas malhas são reconhecidas até nas terras dos olhos em bico... (sim, isso mesmo, na China e no Japão!!!)
vejam a foto ao lado


"...mas falemos de coisas bem melhores..."

Na loja Valentim de Carvalho do "todo aperaltado" Saldanha Residence, assisti ao lançamento do DVd do Tricot.
Este registo audiovisual constitui um documento pioneiro nas lides musicais do nosso país.
Espero (aliás, peço clamorosamente!) que outros músicos de invulgar qualidade que por cá andam se iniciem neste caminho, aderindo a uma proposta que será bastante apelativa para os músicos Tugas, particularmente os pretendem singrar e ainda estão na fase inicial.

Antecipando o concerto(na realidade era esse o aperitivo mais aguardado), assisti a uma apresentação formal em ecrã semi-gigante do Dvd.
Este suporte pleno de imagens e sons transpira música por todos os lados, o mesmo é dizer, por todos os menus. Nele se incluem: Concerto no Hard Club (em Gaia), Lições de Guitarra, Jam Sessions em estúdio, Entrevistas com fotos, Funny Sketches, Apresentação do Estúdio e um Cd áudio do último trabalho "G_Spot".

Um trabalho notável, através do qual nos damos conta de um predestinado para a música, um indivíduo que toca a genialidade como poucos e que, ou não se chamasse este país Portugal, poderia estar num nível de notoriedade mundial.
Mas, mais do que isto, ao percorrermos as várias paragens
desta viagem audiovisual, apercebemo-nos de uma forma de estar na música e na vida muitíssimo interessante! Um exemplo a seguir.

Por fim, o concerto...

Enfim, há que separar devidamente a coisas.

Por um lado temos tudo o que está escrito e se possa escrever ou falar a mais sobre este projecto.

Do outro temos o momento em que os nossos olhos e as nossas cabeças se pasmam perante a confirmação precisa de tudo o que fica retido nas linhas de qualquer artigo (seja de revista, jornal, blog, etc) ou nas palavras de qualquer opinador.

Por outras palavras, é quase impossível escrever, falar ou representar toda a atmosfera musical que está associada a um concerto do Gonçalo Pereira. Baseada essencialmente nos temas do seu último trabalho "G_Spot", esta apresentação reúne logo à partida, para os mais conhecedores, todas as condições para um concerto de nível... inqualificável !

Em primeiro lugar, é genialmente acompanhado por três verdadeiros mosqueteiros da música: Dikk (baixo), Mauro Ramos (bateria) e Nélson Canoa (teclados - onde é que já vimos este nome?)

Liderado pelo Gonçalo (o líder, o D'Artagnan deste grupo), este projecto leva-nos por ritmos, compassos e harmonias variadas.

A abrir uma introdução bem melodiosa e ligeira para enganar e confundir os presentes, logo seguida do tema "Tazond" (Estás Onde?) do último trabalho, de onde saem também malhas como "Retrosaria Tricot" e "Pastel de Nata", onde o virtuosismo dos músicos não deixa indiferente o mais leigo dos transeuntes.

"- Xiii! ...Meu Deus! Impressionante! " ouvem-se na sala alguns desabafos como estepor parte do "embasbacado" público presente... incluindo este que aqui vos escreve!

De facto, há coisas que o Gonçalo faz na guitarra que não se vê mais ninguém (tentar sequer) fazer ! Falando aqui em Portugal claro está...

E aproveito a deixa para qualificar esta banda de uma forma esclarecedora, e sem exageros, para quem conhece:

No que respeita ao responsável máximo pela música do projecto, o Tricot, imaginem a sensibilidade melodiosa de um Joe Satriani, a velocidade de um Paul Gilbert ou de um Malmsteen ou a sonoridade de um John Petrucci. Eis o Gonçalo Pereira. Acreditem!

Juntando-se o groove e a coesão impressionantes do Dikk e do Mauro (a brilhante e inseparável dupla baixo-bateria), podemos afirmar que não ficam muito a dever aos reconhecidos Dream Theatre.

Os pózinhos mágicos das teclas do Canoa dão o toque final.

Enfim...palavras para quê? Só mesmo tendo o previlégio de assistir ao vivo.

" - Xii! ...Meu Deus !...Impressionate!"

...pois é !

sexta-feira, setembro 09, 2005

Reportagem: Vira Lata (31-08-2005)

Chega-nos agora um post com 10 dias de lag. Só mesmo porque merecem, e porque essa noite não foi esquecida, antes pelo contrário. A música com que estes Vira Lata nos brindaram na última noite de Agosto foi extraodinária. Luís Caracol, na voz e guitarra semi-acústica, Ivo Costa, na bateria, e o Hugo Ganhão, no baixo. Os dois primeiros, bem conhecidos dos Putos da Banda por tocarem ao lado do Pablo e do Pitinha nos Fluido, juntam-se ao Hugo neste power trio bem ritmado, inspirado e de vista larga em termos musicais.
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Uma quarta feira a começar morna dentro do Speakeasy, só para clientes habituais, parecia. No entanto, à medida que passava o tempo compunha-se a casa. Acabou por ser dos melhores públicos que já passaram pelo clube, sempre respeitadores, apreciadores e muito entusiásticos.
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Um óptimo conceito de banda, a seguir!!!, "Gostamos muito de viajar mas torna-se complicado, sendo músicos, ausentarmo-nos por muito tempo fora de Portugal, por isso gostamos de viajar aqui em cima do palco. Acompanhem-nos." Estava dado o mote para um espectáculo de boa música, com um reportório de fazer inveja a qualquer banda de covers, uma voz surpreendente, um groove fluido e uma sensibilidade musical impressionantes. Decididamente, uma das melhores bandas de covers que os Putos da Banda já viram tocar. E que viagem, meus amigos!!!
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Uma primeira parte a aquecer com Água de Beber vinda do Brasil, No Woman No Cry da Jamaica, o Gil e o Caetano a cantarem do Haiti, e um Penso Positivo Jovanottiado da Itália. Viajamos num ápice até ao Senegal e juntamo-nos em Seven Seconds ao Youssou N'Dour e à Neneh Cherry. Continuamos a viagem, e encontramos todos os Seven Days da semana o Sting pelo caminho, e o Ed Motta que entretanto se tornou Fora-da-Lei. Palmas, muitas. Foi uma primeira parte simplesmente brutal!!!
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Um dedo de conversa.
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Um cantinho, um violão, esse amor, uma canção sobre o Corcovado, o redentor do Rio de Janeiro a iniciar uma segunda parte igualmente de luxo. De Cabo Verde, uma Nha Pretinha a homenagear o Tito Paris e a trazer o calor e os ritmos africanos até ao palco do Speakeasy. Um hino do reggae do outro lado do Atlântico, Get Up Stand Up: stand up for your rights!!! Um Djavan a pedido do público, e rumámos a seguir ao planeta Funk, numa versão originalíssima da...ROXANNE. Incrível. Caiu-me no goto o paladar a rum e o cheiro a charutos de Havana, ao som de um Chan Chan com roupagem nova, mas ainda assim bem cubaníssimo. A terminar o segundo set, um diálogo entre o Gil e o Bob, um que trazia A Novidade o outro o Soldado Búfalo para a América.
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Dois dedos de conversa.
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Uma terceira parte a encerrar a noite com chave de ouro. Um Change The World a atingir as estrelas e a oferecer a cada ouvinte uma para levar para casa. Com groove africano, a malha da guitarra bem sonante tocada repetidamente. Genial...e de repente, pumba, Jack Soul Brasileiro e que o som do pandeiro é certeiro e tem direcção já que subi nesse ringue e o país do swing é o país da contradição, cantada ali pelo meio. Na mesma língua do Lenine, queriam mandar-nos para casa com Aquele Abraço, mas os Putos da Banda mostraram que tinham gostado e que queriam ouvir mais daqueles Vira Lata inspirados. Um Cucurrucucu Paloma cantado à guitarra apenas pelo Luís, e dedicado ao companheiro de viagens e sonhos Ivo. Momento solene, genuinamente bonito, o clube em silêncio, um homem a sussurrar com uma guitarra. Soberbo. O Bandão juntou-se-lhe para um Cretcheu do Tito Paris e a Colombina do Ed Motta. Fantástico final, Eu Sei Que Vou-te Amar em espanhol, novamente voz e guitarra apenas, e o nosso desejo que voltem depressa a tocar ao vivo. Vira Lata é muito boa música!!!
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Fim da viagem.

domingo, setembro 04, 2005

Como foste nessa de chamar Erica à tua menina?

Dissertações várias sobre a rainha Erykah Badu, para fazer companhia ao Carter ali em baixo. Post I
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O Hip-hop está em todo o lado, pensa-se. Mas o verdadeiro hip-hop perdeu-se no caminho, entre toques de telemóvel, videoclips exagerados e dinheiro a mais. Ficam restícios daquilo que foi uma era dourada para as vozes e ritmos da nova geração de cultura americana. Badu agora é apelidada de Diva da Nu-Soul, ao lado de India.Arie (ficam bem acompanhadas, não há dúvida). Mas a texana nascida Erica deu tanto mais à cultura musical afro-americana que é pena metê-la na prateleira com um simples rótulo limitativo. Nasceu do hip-hop, do cru ritmo balbuciado nas ruas, mas do hip-hop do amor. Daquele que fala das coisas boas da vida, e da luta também, mas da luta que acaba bem e que faz nascer novas razões para viver num mundo dominado por brancos. Assinou pela Mowtown e rapidamente criou um mundo próprio de intervenção sonora, rasgou o conceito de rapper suburbano e aterrou num misto de soul, de jazz, de bluesinho bom, de RnB para mexer os quadris, onde as mulheres são deusas e merecem beijos carinhosos no pescoço.
O seu primeiro album, Baduizm, é uma viagem a esse mundo. Pouco hip-hop, muita soul. On and On, o seu primeiro single, lembra uma Billie Holliday a cantar para amigos, renascida das cinzas e com muito para dar ao mundo. E é essa voz de Badu, essa voz de menina gata que transporta experiência e sensualidade que me fascina, talvez também pela tal lembrança de uma Holliday que já não existe.
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Baduizm live é talvez melhor ainda que o original, começando com um So What (do albúm Kind of Blue de Miles Davis) entoado pelas back up singers (e que singers, meu deus) e com uma qualidade de gravação estonteante. Badu seguiu depois para uma linha mais Roots e experimentalista, usando samples e instrumentos exóticos num groove sem fim em Mamma's Gun.As letras dão uma volta completa, On and On é usado como sample de sentido torcido, dá mais power às mulheres e assume o que consome (use me don't abuse me baby, co's these herbs are rare) e o nonsense de "My Eyes are Green Co's I eat A Lot Of Vegetables" quase que nos distrai da qualidade musical da canção.
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Depois de colaborações várias com artistas do RnB como D'Angelo, the Roots e Macy Gray volta agora com um presente para os fãs ansiosos, cheio de convidados como Queen Latifah, Angie Stone, Lenny Kravitz etc. Worldwide underground é um regresso às origens puro e duro. Hip-hop como é preciso, onde é preciso e na altura em que é preciso. Fala da marijuana como Billie faria, back in the days when things were cool, all we needed was puff puff...A própria Erykah diz que não considera ser um album. É um trabalho, que resolveu lançar para os fãs, feito em estúdios amigos com ideias que estavam na manga. E não tem pretensões de o ser, é uma deliciazinha, tipo gelado de limão entre dois pratos pincipais. mas enche-me as medidas. Porque não há voz no panorama actual mais doce, mais perfeita, mais abrangente e mais pessoal que a dela. Posso dizer que a mim me toca especialmente por me caber num cantinho pequenino que tenho de adoração por boas vozes femininas que me levam a sonhar chegar mais alto. E sei que quando interpretar uma musica da minha deusa serei feliz.



Aqui
podem ouvir as musicas de worldwide underground à vontade.

sábado, setembro 03, 2005

Noite de Prestígio: Philip Hamilton (30-08-2005)

Após uma semana cheia de boa música, com óptimos concertos à mistura, sento-me agora ao computador para partilhar convosco alguns dos momentos mais estimulantes dos espectáculos da semana em que os Putos da Banda participaram activamente. Quer fosse batendo palmas com entusiasmo, cantando as músicas ou batendo o pé.
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A noite de terça-feira iniciou-se com uma revelação:
"Ah e tal, sabias que o Philip Hamilton já fez parte do Pat Metheny Group?"
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Não sabia...
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Considero o Pat Metheny um dos maiores expoentes da genialidade e inspiração musical e do virtuosismo instrumental, com as suas guitarras também elas cósmicas. De resto, basta ver um vídeo deste senhor a tocar para rapidamente perceberem do que falo. Integrar o Pat Metheny Group é para mim sinónimo de qualidade musical ao mais alto nível, sendo que os álbuns destes amigos conseguem transportar-me para sítios tão díspares como as montanhas do Tibete, a floresta da Amazónia ou até o interior de uma máquina de flippers do Indiana Jones. Basta fechar os olhos para ser levado na corrente multicultural cujo dínamo é esse senhor que merecerá a minha atenção num post futuro. Conspirar na criação dos ambientes únicos do Pat Metheny Group merece toda a minha atenção.
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Nesse sentido, desde logo fiquei expectante relativamente ao concerto dessa noite. Sendo que o Philip Hamilton é, para além de vocalista, percussionista e compositor, adivinhei um grande espectáculo, cheio de influências diversas, confluência de linguagens e estilos musicais, experiências, bons instrumentistas, ritmo, batucadas e uma voz portentosa.
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Num Speakeasy à pinha, com muita da nata musical desta Ocidental Praia Lusitana a assistir, começavam a desenhar-se os contornos de uma verdadeira noite de prestígio. Acompanhado na percussão por Beto, na guitarra eléctrica e semi-acústica pelo João, na bateria pelo Zézé, nas vozes pelo seu compatriota Gary, no baixo eléctrico pelo Gustavo e nas teclas pelo cubano Victor, Philip Hamilton deslumbrou com a sua voz segura e versátil, enchendo o bar com boa música do mundo. Algumas sonoridades tipicamente latinas, não fossem os músicos maioritariamente portugueses e sul americanos, outras mais tribais e até do jazz de New Orleans. Aqui e ali as improvisações inspiradas do guitarrista e do teclista mereceram destaque, e Philip Hamilton, para além da voz magnífica, revelou-se um excelente maestro daquela pequena multidão em palco, constantemente entusiasmando e conduzindo os músicos pelas latitudes da sua música.
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Os originais editados venderam-se lá fora nos intervalos, e recomendo vivamente que visitem o sítio deste senhor, muitíssimo bem construído, decorado com extremo bom gosto, e onde vão encontrar algumas sonoridades novas. É aqui www.philiphamilton.com
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Muito aplaudido, Philip Hamilton voltou a tocar um dos primeiros temas originais da noite, depois de ter insurgido, já no final do espectáculo, por três ou quatro versões de temas bem conhecidos dos Putos da Banda. Um Black Bird a fazer voar os verdadeiros apreciadores de Beatles, e não só; um Fragile a merecer inveja do Sting; um I Heard It Through The Gravepine a relembrar o grande Marvin Gaye; e um Summertime acapella acompanhado pelo Gil do Carmo, também na voz.
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Enfim, só eu sei porque não fico em casa.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Carter Beauford


Bem, que melhor assunto para um primeiro post! (os concertos do speakeasy!!...)
Vou falar-vos de um curioso personagem, Carter Beauford, o fora da lei!
Este baterista norte-americano, nascido a 2 de Novembro de 1957, começou a sua carreira na música desde cedo, ainda era criança e já estudava bateria jazz. Depois da high-school, foi ensinar História mas depressa voltou para a música, por razões óbvias.
De 1984 a 1990 tocou numa banda de jazz-fusão chamada "Secrets". Depois da banda se separar, viajou até à Califórnia aquando de uma audição para um musical de nome "Arsenio Hall show"...falhando a entrada no musical, Carter voltou para a costa Este dos EUA e entrou numa outra banda como pianista!

Em 1991, viaja até Charlottesville, local onde conhece Dave Matthews, Leroi Moore e Stefan Lessard (elemenos da Dave Matthews Band), só mais tarde se juntaria o violinista Boyd Tinsley.


Como baterista, Carter Beauford notabiliza-se sem dúvida, ao som da Dave Matthews Band, dando a esta um ritmo único, quente e muito dançante.
Sempre com um sorriso contagiante na cara, Carter consegue transpitar melodia e alma com os seus beats, os seus acompanhamentos e os seus solos.
Cheio de técnica, consegue dar tanta alegria a musicas como "The Dreaming Tree", "Tripping Billies" ou "Lie in our graves", onde se nota um domínio de prato choque estupendo, único em bandas com algum nome comercial como a músicas como "Dreamgirl", "#41" onde a simplicidade é mágica, e onde há espaço para divagar com a música.
A quem goste de bater o pé, aconselho vivamente a tomarem atenção a este senhor da música.

Carter é de momento patrocionado pelas melhores marcas do mundo (Evans, Yamaha, Zildjian, Latin Percussion e Pro Mark) e o set que usa faz medo a qualquer aspirante a baterista...



As maiores influências de Carter são nomes como James Brown, Stevie Wonder, Dennis Chambers, Buddy Rich, Tony Williams ou mesmo Papa Jo Jones.




Eis alguns nomes com quem Carter já tocou: Dave Matthews, Santana, Secrets, John Popper, Boyd Tinsley, Tim Reynolds, Leroi Moore, Stefan Lessard, John Alagía, Greg Howard, John D'earth, Vertical Horizon, Doug Derryberry, Victor Wooten, Steve Lillywhite e Béla Fleck.

A sua arte pode ser apreciada em vários DVD's: Making Music (Carter Beauford & Victor Wooten), Under The Table And Drumming, Dave Matthews Band - The Central Park Concert ou Dave Matthews Band - Listener Supported