Putos da Banda

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sábado, setembro 03, 2005

Noite de Prestígio: Philip Hamilton (30-08-2005)

Após uma semana cheia de boa música, com óptimos concertos à mistura, sento-me agora ao computador para partilhar convosco alguns dos momentos mais estimulantes dos espectáculos da semana em que os Putos da Banda participaram activamente. Quer fosse batendo palmas com entusiasmo, cantando as músicas ou batendo o pé.
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A noite de terça-feira iniciou-se com uma revelação:
"Ah e tal, sabias que o Philip Hamilton já fez parte do Pat Metheny Group?"
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Não sabia...
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Considero o Pat Metheny um dos maiores expoentes da genialidade e inspiração musical e do virtuosismo instrumental, com as suas guitarras também elas cósmicas. De resto, basta ver um vídeo deste senhor a tocar para rapidamente perceberem do que falo. Integrar o Pat Metheny Group é para mim sinónimo de qualidade musical ao mais alto nível, sendo que os álbuns destes amigos conseguem transportar-me para sítios tão díspares como as montanhas do Tibete, a floresta da Amazónia ou até o interior de uma máquina de flippers do Indiana Jones. Basta fechar os olhos para ser levado na corrente multicultural cujo dínamo é esse senhor que merecerá a minha atenção num post futuro. Conspirar na criação dos ambientes únicos do Pat Metheny Group merece toda a minha atenção.
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Nesse sentido, desde logo fiquei expectante relativamente ao concerto dessa noite. Sendo que o Philip Hamilton é, para além de vocalista, percussionista e compositor, adivinhei um grande espectáculo, cheio de influências diversas, confluência de linguagens e estilos musicais, experiências, bons instrumentistas, ritmo, batucadas e uma voz portentosa.
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Num Speakeasy à pinha, com muita da nata musical desta Ocidental Praia Lusitana a assistir, começavam a desenhar-se os contornos de uma verdadeira noite de prestígio. Acompanhado na percussão por Beto, na guitarra eléctrica e semi-acústica pelo João, na bateria pelo Zézé, nas vozes pelo seu compatriota Gary, no baixo eléctrico pelo Gustavo e nas teclas pelo cubano Victor, Philip Hamilton deslumbrou com a sua voz segura e versátil, enchendo o bar com boa música do mundo. Algumas sonoridades tipicamente latinas, não fossem os músicos maioritariamente portugueses e sul americanos, outras mais tribais e até do jazz de New Orleans. Aqui e ali as improvisações inspiradas do guitarrista e do teclista mereceram destaque, e Philip Hamilton, para além da voz magnífica, revelou-se um excelente maestro daquela pequena multidão em palco, constantemente entusiasmando e conduzindo os músicos pelas latitudes da sua música.
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Os originais editados venderam-se lá fora nos intervalos, e recomendo vivamente que visitem o sítio deste senhor, muitíssimo bem construído, decorado com extremo bom gosto, e onde vão encontrar algumas sonoridades novas. É aqui www.philiphamilton.com
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Muito aplaudido, Philip Hamilton voltou a tocar um dos primeiros temas originais da noite, depois de ter insurgido, já no final do espectáculo, por três ou quatro versões de temas bem conhecidos dos Putos da Banda. Um Black Bird a fazer voar os verdadeiros apreciadores de Beatles, e não só; um Fragile a merecer inveja do Sting; um I Heard It Through The Gravepine a relembrar o grande Marvin Gaye; e um Summertime acapella acompanhado pelo Gil do Carmo, também na voz.
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Enfim, só eu sei porque não fico em casa.

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