Putos da Banda

O SÍTIO da música ao vivo da Capital. Agenda Cultural. Roteiros noctívagos. Reportagens de concertos. Sugestões diárias de postos de escuta em Lx. Bares, clubes e cabarets com boa música. Puxem uma cadeira e deixem-se estar, bebem alguma coisa?

terça-feira, agosto 30, 2005

Reportagem: Fluido (27-08-2005)

Sábado, Speakeasy, 00.15h.
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Se há banda que respire Funk por todos os poros são os Fluido. Pablo (voz e guitarra), Luís Caracol (baixo, contrabaixo e groove), Ivo Costa (bateria, vozes) e Pitinha (percussão) fazem-nos bater o pé do início ao fim da noite, numa agradável ingressão por grandes temas escolhidos com extremo bom gosto. Nomeadamente os portugueses.
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Só de Heróis do Mar tocaram três, o Inventor, a Paixão e o Amor, entoadas com nostalgia por todos os presentes. Dos Cool Hipnoise, um Groove Junkie bem ritmado com o baixo a fluir e o calor por nós a subir. Uma versão originalíssima do N'América dos Xutos & Pontapés com sabor a Prince. A propósito, deste senhor um mix do Kiss com groove a Sexy Mother Fucker sabe que nem ginjas. E como aquilo flui!!! Uii....que versão do Superstition!!! Até apita...!!! :D Entramos no planeta do soul jazz, funky groove, numa versão da Sinfonia do Amor dos Blackout. Ao iniciar a última parte, Pablo a subir ao palco sozinho para Djavanear um Oceano, à guitarra. Na mesma língua e com a mesma pronúncia, a Novidade do Ministro da Cultura Brasileiro, Gilberto Gil, e novamente Djavan com um Eu te Devoro a finalizar o concerto, depois de várias subidas ao palco para encores.
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Aliás, minto...o dono do bar está animado e quer cantar!!! Sobem ao palco Gil do Carmo (voz) e Nando Araújo (baixo). Entretanto Luís Caracol pega num pau de chuva e junta-se nas vozes ao Gil numa Nha Pretinha do Tito Paris. Brilhante momento. Improvisado. Fluido.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Reportagem: Patrícias S.A.(26-08-2005)

Sexta feira, 26 de Agosto, 00.00h. Há melhor programa do que aquele sugerido pelos Putos da Banda?

Dificilmente me convencerão a ir a outro lado que não o Speakeasy quando lá tocar esta verdadeira sociedade de boa música: Patrícias S.A.
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Para quem não conhece...meus amigos, de que é que estão à espera?
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As bonitas "front women", Patrícia Silveira e Patrícia Antunes, portadoras de duas vozes magníficas, das mais belas de Portugal, transportam-nos para outros planos, para as grandes salas de espectáculos, acompanhadas de músicos extremamente inspirados: António Mardel (guitarra), Nelson Canoa (Teclados), Tó Olivença (baixo) e "o Grande" Elias (bateria).
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Num minuto fazem inveja à Aretha Franklin e à Mariah Carey, e a muitas outras que cantam este tema, numa interpretação divinal de Chain of Fools com direito a um final soberbo só com o piano e as vozes, a dar ares de inspiração Gospel. No seguinte surge-nos India Arie com um Brown Skin imprópio para cardíacos (que Groove, meu deus!!!). Logo a seguir, juro ter visto o espírito do grande Ray Charles a passear-se pelo palco; e a talentosa Joss Stone que nos veio brindar com o seu Super Duper Love (bem conhecida dos Putos da Banda). Jaco Pastorius trouxe-nos a sua Chicken no início da última parte - um momento instrumental de se tirar o chapéu aos Patrícios!!! Que grande malha!! A boa música continuou, um Change The World capaz de pôr a dançar o Eric Clapton; um We'll Be Together do Sting a acelerar o set; um If Ain't Got You da Alicia Keys a puxar pela interpretação destas divas portuguesas; um Superstition com o convidado Ricardo Quintas na voz a fazer as vezes do Stevie Wonder; um Everyday Is a Winding Road da Sheryl Crow a preparar a despedida; um One dos U2 bem calminho a mandar-nos para casa dormir que nem bébés...
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...e um Jumpin' Jack Flash a pedido dos Putos da Banda para acabar em beleza e ir para a cama a sonhar em ser músico.

sexta-feira, agosto 26, 2005

A Ilha dos Aborígenes

Caros blogueiros (olheiros dos blogues...)


Consta que a verdadeira humanidade está dividida em duas partes (uma mais comprida!!): existe a parte "A" e a parte "R". São as partes desta vida !! E existem os subgrupos A1 (o dos "ARTISTAS") e o A2 (o dos "ARTOLAS"), sendo a parte "R" os "RESTANTES". Ora bolas!...
Confusos?...penso que não.
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Mas para quê a explanação desta teoria bem peculiar?
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Bom, se a mesma for verdadeira e assente em fortes bases científicas, eu gostaria de saber em que grupo ou subgrupo poderei colocar determinados personagens (reais...bem reais!) que deambulam por esta vida, e que se nos aparecem todos os dias pela frente.
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Por exemplo, quem não conhece o "emplastro" - o homem que aparece sempre nas câmaras de televisão nas reportagens de exterior? Esse é porventura o mais mediático das figuras (insólitas) de proa.
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Mas, numa abordagem mais geral, quem já não esteve na presença de uma figura que surge de repente no nosso mundo, em qualquer circunstância (sempre de lado ou pelas costas!) e que apresenta (ou não!!) um elevado/significativo teor de sangue no álcool, figura essa que tem o condão de fazer a associação de ideias mais díspar que pode haver, bem como um sentido de humor apuradíssimo (pelo menos faz-nos rir), ainda que involuntariamente?
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Por certo todos os honrados blogueiros deverão já ter muitas estórias para contar...daquelas que nos fazem questionar: "quem é esta peça?" ou "onde é que este gajo estacionou a nave?"
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Ora, estando mais ou menos regressado de férias (ainda não acabaram...), já tenho na bagagem alguns momentos hilariantes vividos ao longo de 6 longos e intensos dias. Todos eles tiveram lugar num planeta característico, ainda desconhecido pela maior parte dos cientistas da N.A.S.A.: A Ilha de Tavira !!!
Sim...essa mesmo! Quem lá esteve e se envolveu no espírito daquele pedaço de terra rodeado de água por todos os lados, provavelmente começará a encontrar finalmente maior interesse na leitura deste post, sendo que, neste digníssimo blog encontrarão, nos próximos tempos, referências, citações e alusões mais ou menos explícitas a este lugar fantástico, que poderá ser conhecido por "Planeta das Vespas", "Chiringuito Place", "Dave Matthews Band Fan Resort", "o Lugar dos Aborígenes", "Pôrros Place", "A Ilha do Zico", "Palhotas Mood"... e outras que venham à memória...
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Neste já extenso momento de escrita não vos vou descrever todos os personagens de cariz aborígene (ou até mesmo alienígena) que apareceram neste "2005 - Odisseia na Ilha" ... possivelmente estaria até 2006 a fazê-lo !!
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Mas, sem destacar de outros, vou fazer referência a um deles: Markus - O Alemão com cara de IrlandÊs e sotaque Australiano !! Numa noite de boémia (mais uma!), por entre fados e guitarradas, eis que surge um ser aparentemente normal, mas munido de um objecto que logo à partida não estaria ao alcance do mais comum dos mortais: uma guitarra cósmica!(?)
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...?...ok, eu passo a descrever:
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sim era uma guitarra, tinha um braço igual às outras, mas com um som de cítara paquistanesa e corpo de balalaika moldava! Quanto à afinação...bom, era a mesma das guitarras normais...embora muitas vezes não parecesse...
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Chamo-lhe cósmica porque tamanha fusão de formas e características ainda não terá sido experimentada na Terra, provavelmente só no lugar de onde o Markus é...
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O homem era um loiro de cabelo comprido amarelo com toques de ruivo e sardas tipicamente irlandesas, uma cicatriz no lábio (provavelmente resultante de uma atribulada aterragem da sua nave) e dizia que vinha de " - Frankfurt, Germany!" (Alemanha), o que era claramente notório pelo seu sotaque impressionantemente AUSTRALIANO !!!!
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Sim...ele não falava como todos os alemães ou austríacos quando falam inglês, com muitos "erres" carregados (estão a ver os personagens do "Allô Allô" ou Arnold Schwarzenegger ?) Nada disso !!! O gajo falava melhor australiano que o Crocodile Dundee !!
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Tinha uma voz que fazia lembrar o Axl Rose dos Guns 'n Roses...
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Os Putos da Banda apresentaram-se ao Markus, recebendo dele as triviais palavras (sempre em australiano!!) " Hey! Nice to meet You!"
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Após umas horas a tocar e a cantar, e já com algumas substâncias dopantes no goto, o Markus inicia a penosa tarefa de encontrar a tenda que ele diz ter no parque de campismo...
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Os Putos da Banda tiveram a oportunidade de assistir em directo e a cores a este momento... acontece que o Markus não se lembrava minimamente de onde tinha a tenda!...O que nos levou a concluir que era tudo uma manobra para nos despistar, para que não o víssemos a entrar na sua nave estacionada algures, e assim descobrir-mos a sua verdadeira identidade !!!
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No dia seguinte, estando os Putos da Banda novamente em situação de comunhão musical com o fado e a guitarrada, eis que surge novamente o Markus, munido da sua guitarra cósmica e de três livros (provavelmente dicionários de inglês-alienígena) e pronto para mais uma noite boémia à boa maneira dos terrestres...
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Acontece que a sua participação desta vez foi bem mais discreta.
Mas continuou a acompanhar-nos...
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E eis que surge um momento (mais um!) algo estranho: eu ainda não o tinha cumprimentado e digo "Hey Markus! how are you?" e ele responde-me (em australiano) " Hey! Nice To meet you!"
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Bom...como não acreditei à partida na minha transfiguração, nem me lembro de ter feito uma cirurgia plástica, pergunto-me como é que ele não me reconheceu?
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Se calhar é uma característica dos seres do planeta do Markus...fazer um backup ao cérebro e ressurgir no mesmo espaço e às mesmas pessoas...
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Ahhhh...e após mais umas horinhas connosco, adormeceu (ou seria um estado propositado de hibernação?) e desapareceu!. Nunca mais ninguém o viu !!
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Não...aquele ser não era humano!! Pois...é como nos filmes...desde pequeno que oiço falar que os extraterrestres disfarçam-se como sendo um de nós... copiam algumas características dos terrestres, mesmo sem nenhuma ligação lógica. Como é que se explica que diga que é alemão, tenha cara de irlandês e fale fluentemente um australiano capaz de fazer inveja ao mais culto dos cangurus?
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Pois é meus amigos, aquela ilha é um planeta fantástico !! Acreditem! Porque não combinarem umas férias para o ano lá?

terça-feira, agosto 09, 2005

A voz dos boleros mais doces

O veterano cantor cubano Ibrahim Ferrer, uma das estrelas mediatizadas globalmente pelo sucesso do colectivo Buena Vista Social Club, morreu este sábado num hospital em Havana, aos 78 anos.
[...]
Discreto senhor de delicada voz, foi mestre no son e nos boleros, estilos de referência na canção cubana. Esperou, quase anónimo, toda uma vida pelos seus momentos de merecida fama quando Ry Cooder o recrutou, juntamente com Compay Segundo, Ruben González (já falecidos), Omara Portuondo e Eliades Ochoa [que estiveram recentemente em Portugal, num dos concertos obrigatórios no Keil do Amaral, que os Putos da Banda acompanharam], para a aventura Buena Vista Social Club, em 1997, da qual nasceu um dos títulos mais bem sucedidos da world music dos anos 80. Buena Vista Social Club foi o disco motor de um reencontro mundial com as músicas de Cuba e a sua consequente redescoberta como força de mercado pela indústria discográfica.
[...]
Quando menos esperava, o encontro com Ry Cooder devolveu-o aos estúdios e aos palcos, projectando-o numa carreira que, depois do trabalho no Buena Vista Social Club o lançou mundialmente a solo. Esgotou as bilheteiras do Carnegie Hall de Nova Iorque, do Royal Albert Hall de Londres, de salas em Paris, Tóquio ou Sydney, celebrado pelo calor de uma voz doce que lhe valeu o título de Nat King Cole cubano. Mas tímido como sempre, nunca vestiu a pele da estrela que acabou por ser.


Fonte: DN, [] aumentados

domingo, agosto 07, 2005

Bueno Hermano (1927-2005)

Legado, disco número I


A propósito de coisas geniais que se herdam dos pais... a Antologia do Paul Simon é uma daquelas preciosidades, só para apreciadores ;)

sexta-feira, agosto 05, 2005

Super Duper

Não é o Super Trooper dos Abba, chegaremos lá um dia. por agora é o SuperDuper, duma tal de Joss Stone que diz que canta bem. Diz que sim. Nós disso não sabemos nada, ouvimo-la e tocámo-la assim:





Já agora, o superstition está a dar problemas e é provavel que esta também dê. Muitas desculpas da nossa parte

quarta-feira, agosto 03, 2005

1, 2 som... 1, 2

Ouvimos o Superstition do Stevie e tocámo-lo assim.

terça-feira, agosto 02, 2005

Aquele abraço

O povo estava com saudade e ele atendeu aos pedidos. Depois de quase 3 anos sem gravar, em virtude dos compromissos ministeriais, Gilberto Gil gravou o ano passado o álbum Eletracústico em CD e DVD.
Para ver e chorar por mais, hoje à noite, por volta das 22.30h, no Sítio do Pica Pau Amarelo, em Monsanto Gilberto Gil ao vivo com Maria João

Keith Jarrett



Um pianista simplesmente genial. Tenho de admitir que fiquei arrebatado com este recentíssimo dvd "The Art of Improvisation".
Um percurso biográfico e discográfico do pianista, com testemunhos de vários músicos conceituados e do próprio Keith Jarrett.
A quantidade de projectos diferentes que Keith Jarrett integrou (o homem tocou com toda a gente: Miles Davis, Charlie Haden, Chick Corea, Charles Lloyd, etc.), os diferentes instrumentos que tocou (têm de ouvi-lo a tocar saxofone), a mestria e a disciplina que o caracterizaram como pianista clássico, a criatividade e extraordinária capacidade de improvisação que o notabilizaram como músico de jazz, tudo isto para descobrir aqui: The Art Of Improvisation
Para desconhecedores do trabalho deste senhor recomendo que ouçam alguns standarts tocados pelo seu trio de há mais de duas décadas, com os respeitosos Gary Peacock, no contrabaixo, e Jack DeJohnette, na bateria.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Why can't we all just get along?

Image hosted by Photobucket.com Wecanworkitout, Covers & Cookies of Lennon, McCartney & The Beatles.

Mestres do funk e do soul juntam-se inadvertidamente para homenagear, à sua única maneira, o que foi o espírito dos Fab 4. Querem melhor que isto? Entra Al Green a abrir com "I Wanna Hold Your hand", cheio de alma: Yeah, we got the fellin' now! Sabemos logo que aqueles musicos estão nesta compilação porque souberam tornar suas as musicas que tomaram emprestadas. Como fez Stevie Wonder, num soulíssimo "we can work it out" (que estamos a ouvir) e que deixa imediatamente de pertencer aos Beatles uma vez que lhe passa pelos dedos e pelas cordas vocais.
Nessa onda temos então uns tais de Deidre Wilson Tabac numa versão do "Get Back" (very Funkadelic!) "She's a Woman" pelo Jose Feliciano, e Ike and Iina Turner, antes de se chatearem por causa da porrada que a tina levava ocasionalmente, a interpretar um irónico "Come Together". Para satisfação dos restantes putos da banda Earth Wind and Fire vêm dar uma pernina e uma vozinha (aquela vozinha) a "Got To Get You Into My Life".
Na onda Reggae, que também tem direito antes de estar na moda, está Marshall Williams com um "Norwegian Woods" que eu antes achava sinceramente a musica mais triste dos besouros, mas que ganhou um groovezinho rasta muito naisse.
Para deleite dos sentidos, em variação chill out/jazzística temos Ramsey Lewis num fantástico "Back in the USSR", a "Day in the Life" pelos Chocolate Snow e o "Daytripper" (ai o Daytripper, já fui muito feliz com o daytripper) Por Sérgio Mendes e Brasiz '66.
O segundo CD é composto por remixes de um tal 4Hero que mexeu nestas musicas todas. Ainda não ouvi e não sei se quero.

PS: Restantes putos da banda: Um destes Cd's será atribuído a cada um, a john também dá prendas :)

Essa boneca tem manual


De noite. Um manual para consumir deitado com headphones, para inspirar sonos profundos...
De dia. Abrir as portadas da sala a dar para o jardim, o imenso azul ao fundo, e a neguinha cantando para nós, estirada numa cadeira de lona, enquanto dentro se joga bilhar.