Gonçalo Pereira: A Arte de Bem Tricotar
Lisboa (minha casa), 8 de Setembro de 2005
Digníssimos leitores,
Fiel aos propósitos dos Putos da Banda, tenho, mais uma vez, o prazer em compartilhar convosco o previlégio que tenho tido ao presenciar alguns momentos hilariantes de boa música (muito boa mesmo!) nesta maravilhosa cidade de Olisipo (desculpem-me...Lisboa).
Na ementa de hoje consta um apetitoso lanche de fim de tarde, ou um robusto e refinado aperitivo para o jantar: rock/jazz fusion instrumental.
Assim, venho por este meio apresentar-vos um jovem/senhor músico de nome Gonçalo Pereira, guitarrista, compositor e produtor, por ocasião do lançamento do seu DVD "Another Day in Another World" (o primeiro).
Para os mais distraídos no que respeita ao panorama musical português, é de salientar logo à partida o projecto que o notabilizou, de alguns anos para cá: Paulo Gonzo.
Gonçalo Pereira integrou a banda deste conhecido cantor, participando na gravação, composição e arranjos dos álbuns "Quase Tudo" e "Suspeito".
Mas este exímio guitarrista tem muito para mostrar...muito mesmo!!
Meus amigos, sem mais demoras, vou directo ao assunto:
o Gonçalo Pereira é considerado melhor guitarrista português.
(assim mesmo, com ponto final.)
Não...não sou apenas eu que tenho a ousadia de escrever esta afirmação! Se incluirmos o Nuno Bettencourt (dos extintos Extreme) podemos arredondar para "melhor guitarrista em Portugal"...andará muito perto disso...
No entanto, se quiserem confirmar esta espécie de dogma entre os guitarristas da nossa praça, aconselho-os a saborearem os sons mágicos e cósmicos que saem da sua guitarra...uma boa forma de começar será clicarem www.goncalopereira.pt e melhor ainda é vê-lo ao vivo
De facto, o Gonçalo, cujo nome de guerra é "Tricot" (devido às suas malhas na guitarra), é um dos mais virtuosos guitarristas que surgiu nesta ocidental praia lusitana, dono de uma técnica superior apuradíssima e, com o passar dos anos, de uma musicalidade verdadeiramente eclética e inovadora.
De realçar que o seu nível excepcional e o seu virtuosismo fazem furor por esse (meio) mundo fora. As suas malhas são reconhecidas até nas terras dos olhos em bico... (sim, isso mesmo, na China e no Japão!!!)
vejam a foto ao lado
"...mas falemos de coisas bem melhores..."
Na loja Valentim de Carvalho do "todo aperaltado" Saldanha Residence, assisti ao lançamento do DVd do Tricot.
Este registo audiovisual constitui um documento pioneiro nas lides musicais do nosso país.
Espero (aliás, peço clamorosamente!) que outros músicos de invulgar qualidade que por cá andam se iniciem neste caminho, aderindo a uma proposta que será bastante apelativa para os músicos Tugas, particularmente os pretendem singrar e ainda estão na fase inicial.
Antecipando o concerto(na realidade era esse o aperitivo mais aguardado), assisti a uma apresentação formal em ecrã semi-gigante do Dvd.
Este suporte pleno de imagens e sons transpira música por todos os lados, o mesmo é dizer, por todos os menus. Nele se incluem: Concerto no Hard Club (em Gaia), Lições de Guitarra, Jam Sessions em estúdio, Entrevistas com fotos, Funny Sketches, Apresentação do Estúdio e um Cd áudio do último trabalho "G_Spot".
Um trabalho notável, através do qual nos damos conta de um predestinado para a música, um indivíduo que toca a genialidade como poucos e que, ou não se chamasse este país Portugal, poderia estar num nível de notoriedade mundial.
Mas, mais do que isto, ao percorrermos as várias paragens
desta viagem audiovisual, apercebemo-nos de uma forma de estar na música e na vida muitíssimo interessante! Um exemplo a seguir.
Por fim, o concerto...
Enfim, há que separar devidamente a coisas.
Por um lado temos tudo o que está escrito e se possa escrever ou falar a mais sobre este projecto.
Do outro temos o momento em que os nossos olhos e as nossas cabeças se pasmam perante a confirmação precisa de tudo o que fica retido nas linhas de qualquer artigo (seja de revista, jornal, blog, etc) ou nas palavras de qualquer opinador.
Por outras palavras, é quase impossível escrever, falar ou representar toda a atmosfera musical que está associada a um concerto do Gonçalo Pereira. Baseada essencialmente nos temas do seu último trabalho "G_Spot", esta apresentação reúne logo à partida, para os mais conhecedores, todas as condições para um concerto de nível... inqualificável !
Em primeiro lugar, é genialmente acompanhado por três verdadeiros mosqueteiros da música: Dikk (baixo), Mauro Ramos (bateria) e Nélson Canoa (teclados - onde é que já vimos este nome?)
Liderado pelo Gonçalo (o líder, o D'Artagnan deste grupo), este projecto leva-nos por ritmos, compassos e harmonias variadas.
A abrir uma introdução bem melodiosa e ligeira para enganar e confundir os presentes, logo seguida do tema "Tazond" (Estás Onde?) do último trabalho, de onde saem também malhas como "Retrosaria Tricot" e "Pastel de Nata", onde o virtuosismo dos músicos não deixa indiferente o mais leigo dos transeuntes.
"- Xiii! ...Meu Deus! Impressionante! " ouvem-se na sala alguns desabafos como estepor parte do "embasbacado" público presente... incluindo este que aqui vos escreve!
De facto, há coisas que o Gonçalo faz na guitarra que não se vê mais ninguém (tentar sequer) fazer ! Falando aqui em Portugal claro está...
E aproveito a deixa para qualificar esta banda de uma forma esclarecedora, e sem exageros, para quem conhece:
No que respeita ao responsável máximo pela música do projecto, o Tricot, imaginem a sensibilidade melodiosa de um Joe Satriani, a velocidade de um Paul Gilbert ou de um Malmsteen ou a sonoridade de um John Petrucci. Eis o Gonçalo Pereira. Acreditem!
Juntando-se o groove e a coesão impressionantes do Dikk e do Mauro (a brilhante e inseparável dupla baixo-bateria), podemos afirmar que não ficam muito a dever aos reconhecidos Dream Theatre.
Os pózinhos mágicos das teclas do Canoa dão o toque final.
Enfim...palavras para quê? Só mesmo tendo o previlégio de assistir ao vivo.
" - Xii! ...Meu Deus !...Impressionate!"
...pois é !
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