Reportagem: Seu Jorge (3-11-05)
Na passada 5ª Feira, Jorge Mário da Silva teve nos seus pés o sabor do 1º palco português. Provou a todos os que ainda não o sabiam, que é sem dúvida uma lufada de ar fresco no panorama musical Brasileiro e Mundial! E não sendo o melhor dos intérpretes (e de facto isso NÃO lhe é pedido), é sem sombra de dúvida um compositor «iluminado», ou não seria de sua responsabilidade “Eu Sou Favela”,“Tive Razão” e “Brasis”, entre outras; ou a “reinvenção” de obras edificadas do Sr. Camaleão David Bowie para o filme “Um Peixe Fora de Água” (um brilhante “Life on Mars”) onde os próprios Wes Anderson, Bill Murray e William Daffoe lhe caem aos pés…é d’ Homem!
Jorge da Silva entrou em cena na Aula Magna com quatro companheiros, de palco, de estrada, de música, de vida! E desde logo mostrou-se tão humilde e honesto como os seus acompanhantes…ao contrário de qualquer dita “Estrela” ocupa o seu lugar não à frente e no meio do palco, mas exactamente num dos vértices laterais deste quinteto. Num estilo unplugged acústico percorre o seu historial, levando o público ao rubro com “Tive Razão”, “Te Queria”, “Carolina” e “Samba Taí”, nunca perdendo o carácter que tão bem o marca: a expressão de uma voz incrivelmente potente sobre o Samba-Rock-Reggae-Funk Brasuca!
Após o intervalo Jorge da Silva voltou com o mesmo sentido de palco, mas desta vez mais pedagógico. Com “Chatterton” e “Brasis” reavive o tom crítico sobre o estado de um país que tinha tudo para ser paradisíaco, mas onde a mão do Homem gosta de falar mais alto e dar à imoralidade e à miséria um status quo na sociedade brasileira. E neste tom vem o momento alto da noite! Relembrando uma «infância imersa no pulsar de uma "favela problema social" carioca» e chamando a si dificuldades de milhões, Jorge declama “Eu Sou Favela”. O público reage e vive o momento. Jorge sente o calor humano e o entendimento de um povo irmão e sente confiança para continuar, já sem música ou instrumento, articulando palavras de um discurso que integra mais uma vez a crítica ao desespero de um país que urge em acordar, aliado à dura experiência pessoal que viveu no passado! O povo irmão acolhe este seu irmão novo e ele chora. Ajoelha-se e chora. Sai do palco, talvez com vergonha de uma tal demonstração de humanidade perante tantos desconhecidos! Mas estes retribuem com uma tal ovação que Jorge liberta-se e volta. Volta para um momento final de reconstrução de um belo triângulo: uma voz, uma guitarra, um público! Tira outros coelhos da cartola, relembra obras de “um Peixe Fora de Água” e “Cidade de Deus”, e termina tratando por tu temas de outros Jorges: o Aragão e o Benjor!
Agradece, agradece, agradece, e sai! Mais um concerto inesquecível! Sem dúvida Jorge Mário da Silva deixou para trás a sua galinha chamada Mané para se tornar definitivamente Seu Jorge, um Santo Musical!
Após o intervalo Jorge da Silva voltou com o mesmo sentido de palco, mas desta vez mais pedagógico. Com “Chatterton” e “Brasis” reavive o tom crítico sobre o estado de um país que tinha tudo para ser paradisíaco, mas onde a mão do Homem gosta de falar mais alto e dar à imoralidade e à miséria um status quo na sociedade brasileira. E neste tom vem o momento alto da noite! Relembrando uma «infância imersa no pulsar de uma "favela problema social" carioca» e chamando a si dificuldades de milhões, Jorge declama “Eu Sou Favela”. O público reage e vive o momento. Jorge sente o calor humano e o entendimento de um povo irmão e sente confiança para continuar, já sem música ou instrumento, articulando palavras de um discurso que integra mais uma vez a crítica ao desespero de um país que urge em acordar, aliado à dura experiência pessoal que viveu no passado! O povo irmão acolhe este seu irmão novo e ele chora. Ajoelha-se e chora. Sai do palco, talvez com vergonha de uma tal demonstração de humanidade perante tantos desconhecidos! Mas estes retribuem com uma tal ovação que Jorge liberta-se e volta. Volta para um momento final de reconstrução de um belo triângulo: uma voz, uma guitarra, um público! Tira outros coelhos da cartola, relembra obras de “um Peixe Fora de Água” e “Cidade de Deus”, e termina tratando por tu temas de outros Jorges: o Aragão e o Benjor!
Agradece, agradece, agradece, e sai! Mais um concerto inesquecível! Sem dúvida Jorge Mário da Silva deixou para trás a sua galinha chamada Mané para se tornar definitivamente Seu Jorge, um Santo Musical!
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Autoria: Rui Santos
1 Comentários:
Obrigado Rui pela tua visão e partilha apaixonada do concerto do Seu Jorge, conta com este espaço para sempre que quiseres divulgar Boa Música. Abraço dos putos da banda!
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