Virtuosos I
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Em 1962, livre das drogas, graças a um período de reabilitação na Synanon Foundation, reemergiu para o mundo da música (ou seria melhor dizer emergiu, uma vez que até então era quase um desconhecido). Foi uma entrada fulgurante, assombrando a todos com o seu modo de tocar a guitarra. Tocou com Gerald Wilson, Les McCann, George Shearing e Benny Goodman. Com o apoio de Norman Granz, do selo Pablo, com quem assinara contrato em 1973, gravou muito como solista e também tocou com grandes nomes do jazz, incluindo Ella Fitzgerald, Count Basie, Duke Ellington e Dizzy Gillespie. Em particular, Pass teve uma longa colaboração com Oscar Peterson, com quem tocou em duo, e com o acompanhamento do contrabaixista Niels-Henning Orsted Pedersen, entre outros. Joe permaneceu activo praticamente até à sua morte, causada pelo cancro.
A técnica de Joe Pass beira o impossível, fazendo as passagens mais difíceis soarem absolutamente naturais, porém ele nunca se deixou levar pelo exibicionismo. A sua música é sempre sutil, coerente e
bem construída, e sua harmonia é sofisticada. Como observam Richard Cook e Brian Morton, Pass suaviza o nervosismo do bebop, e contudo opõe à obviedade do swing uma complexidade que permanece, não obstante, plenamente acessível. Sempre extraindo da guitarra um som cristalino - mesmo em meio às guitarras distorcidas e amplificadores superaquecidos dos anos 70 e 80 - Pass reafirmou o valor perene da guitarra “limpa” no jazz. A densidade musical e o bom gosto são, na verdade, as qualidades que colocam Joe Pass um passo adiante do outro supervirtuoso da guitarra, Wes Montgomery. Também é digna de nota a maneira de ser e de se apresentar de Joe - sempre calmo, modesto e cordial, sem nada da atitude de “grande astro”.
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"There is no musical instrument known to man with which he could not play a duet with perfect aplomb, so wonderfully organized is his art. If you were to tell me Pass with glockenspiel, I would not raise an eyebrown, morely cock my ears. Pass with sousaphone? Pass with kazoo? Pass with ophicleide? Certainly." (Benny Green, in Joe Pass/J.J.Johnson álbum "We'll Be Together")
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